Pejorativo Custe o que Custar

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Terça-feira, 27 de Julho de 2010
TELEVISÃO
Pejorativo Custe o que Custar
CQC aborda casamento gay com jeito “simpático”, mas é agressivo com os clichês pejorativos de sempre
por Redação MundoMais
ReproduçãoPrograma exibido ontem, 26, sobre o casamento gay



SÃO PAULO – O novo quadro Documento da Semana, apresentado pelo programa CQG (Custe o que Custar), exibido pela Band, levou ao ar ontem, 26, o tema “Casamento Gay”, com o gancho da lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo na Argentina.

“Ficamo tirando sarro de Argentina nesse programa. Saiu na frente do Brasil mais uma vez. Aprovaram o casamento gay. Mostraram que são mais civilizados” (sic), disse o apresentador-mor do CQC Marcelo Tas.

“É porque eles são perto de o Rio Grande do Sul, né?” (sic), disse o apresentador Marco Luque. “E não vem com piadinha de viado aqui não”, retrucou Marcelo Tas, afirmando que os brasileiros agora vão querer “imitar” o casamento gay da Argentina.

Fazendo trocadilho com posição sexual, o apresentador Rafael Bastos disse que isso se devia ao fato dos argentinos serem “mais abertos” do que os brasileiros. A matéria foi feita pelos repórteres Oscar Filho, que utilizou o termo “homossexualismo”, Mônica Iozzi e Rafael Cortez.

Cadê o humor inteligente? Populares machões, artistas simpatizantes, um padre, o pastor inclusivo Cristiano Valério, da Igreja Metropolitana de São Paulo e dois atores – que fizeram um casal gay à busca de uma vaga para um suposto filho em uma escola católica de São Paulo apareceram no programa. No entanto, o CQC – que se autodenomina um programa de “humor inteligente” – mostrou mais uma vez que de inteligente não tem nada.

Fora os chavões em nome do humor, o CQC tratou o casamento civil aprovado pelo Congresso e o Senado na Argentina na estupidez homofóbica brasileira no viés religioso. Em nenhum momento tratou a reportagem no sentido civil, entrevistando deputados e senadores brasileiros. Enfim, o que se parece uma matéria – ainda que humorística de boa índole, não é! A Band – com sua programação recheada de apresentadores homofóbicos e de pastores evangélicos, como o pastor da Assembleia de Deus Silas Malafaia, está na mira do Grupo Homo Unidos (uma rede virtual LGBT fiscalizadora de práticas homofóbicas da mídia).
ReproduçãoEquipe do programa CQC (Custe o que Custar) da Band

bullying humorístico – O líder do grupo Justo Favaretto Neto acusa o CQC de praticar um “bullying humorístico" contra o homossexual. “No programa do dia 26/07/2010 apesar de levar ao ar matéria sobre o casamento homossexual com responsabilidade e comentários dignos (exceto a imagem do lacinho na testa do pastor inclusivo e alguns comentários de entrevistas, que "teoricamente" não seriam opiniões do programa), editaram vários termos e situações que nos desqualificam e constrangem. Assim, num quadro nos apoiam e noutro, nos achincalham”, escreveu via e-mail Favaretto Neto à produção do programa.

O líder do Grupo Homo Unidos destacou os termos pejorativos pronunciados pelos membros do CQC como “Aí Viado”, “As Bichas”, “Não venha com piada de viado”, “O Zorro era quase uma bichona”, “Me informaram que a Sandy é a moça. Isso não me ajudou muito”. Esta última dita pelo apresentador Rafael Bastos em referência ao cantor Júnior Lima.

A Faxina começa em casa – O Grupo Homo Unidos já se pronunciou várias vezes junto ao CQC. Em um dos e-mails questionou a moral do programa, “que acusa políticos de fazerem as pessoas de palhaças quando vivem com o dinheiro de impostos e as desrespeitam” e – ao mesmo tempo – os membros do programa desrespeitam os homossexuais. Ao mesmo tempo, o programa reclama das agressões que os seus repórteres sofrem e – ao mesmo tempo – agridem os homossexuais com termos jocosos.

“Vocês utilizam um espaço que também nos pertence, o nosso dinheiro de consumidores dos produtos que lhes patrocinam e nos desrespeitam, nos agridem. E sentem-se no direito de apontar políticos e agressores?”, questionou Favaretto Neto apontando a conivência da direção da Band e dos patrocinadores do CQC como Skol, Pepsi, Santander e Chevrolet.

Para fazer parte do Grupo Homo Unidos basta enviar um e-mail para frenteglbtt@gmail.com, solicitando adição na lista. Para participar da comunidade do grupo no Orkut, clique AQUI. Veja os vídeos do programa exibido ontem:





0 comentários: