Mais dois homossexuais são agredidos na Av. Paulista no sábado, 04

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

SÃO PAULO – Consagrada por ser palco da maior parada do orgulho gay do mundo, a Av. Paulista registrou no sábado, 04, mais um caso de agressão homofóbica. As vítimas são o operador de telemarketing Gilberto Tranquilino da Silva, 28, e o estudante Robson Oliveira de Lima, 28.

A barbárie aconteceu na altura do número 1.500, entre o Museu de Arte Moderna de São Paulo (Masp) e do Parque Trianon, por volta das 5h, quando Gilberto e Robson caminhavam abraçados, por um deles estar meio bêbado, quando foram atacados por um grupo de cerca de seis pessoas. Duas delas era mulheres.

Segundo as vítimas, eles vestiam camisetas pretas e bermudas jeans. Segundo Gilberto, um dos agressores gritou ao vê-los abraçados: “desgruda, desgruda!”. “A gente se separou e seguiu em frente. Eles passaram e, depois, nos empurraram. Meu amigo caiu e um deles começou a dar socos e chutes nele”, disse ao Estadão.

Investigação – Robson chegou a desmaiar, quando transeuntes os ajudaram e chamaram a polícia, que os levou para o Hospital do Servidor Público Municipal, no bairro Vergueiro. O caso foi registrado no 5º Distrito Policial da Aclimação, mesmo lugar que investiga as agressões da gangue de quatro menores e Jonathan Lauton Domingues, 19, que agrediram três jovens naquela avenida e dois outros em Moema e na Bela vista no dia 14 de novembro. A polícia não tem pistas dos agressores.

Combate à homofobia – Na última quinta-feira, 02, lideranças LGBt se reuniram com Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de São Paulo, na Assembleia Legislativa para traçar metas de combate à homofobia na cidade de São Paulo. A reunião ordinária foi convocada pelo vereador Ítalo Cardoso (PT-SP).

Franco Reinaudo, da Coordenadoria de Assuntos da Diversidade Sexual (Cads), da Prefeitura de São Paulo, destacou que a região central de São Paulo é a que mais apresenta ataques homofóbicos. Segundo Reinaudo, o Centro de Combate à Homofobia recebeu, entre julho de 2006 a dezembro de 2009, 316 denúncias.

Reinaudo destacou que o Programa de Combate à Homofobia conta apenas com R$ 700 mil para ser desenvolvido. Ficou acertado que a Cads encaminhe uma proposta orçamentária à Assembleia Legislativa para os projetos contra a homofobia. O grupo também marcou um encontro para os próximos dias para dar andamento aos temas discutidos.


0 comentários: