Richarlyson se despede do São Paulo e fala sobre polêmicas

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Cinco anos e meio depois de chegar ao Morumbi, o lateral e volante Richarlyson se despediu ontem do São Paulo, clube pelo qual foi campeão mundial e tri brasileiro. O jogador, que não enfrenta o Atlético-MG no domingo, chorou ao ser homenageado por companheiros enquanto concedia entrevista coletiva. Ele ressaltou que está deixando o São Paulo contra sua vontade e falou sobre o preconceito que marcou sua passagem pelo clube.

Veja trechos de entrevista do jogador à Folha.

Folha- Você é um jogador marcado pela questão da opção sexual e enfrentou preconceito no São Paulo por isso. Teme que a história se repita em seu próximo clube?

Richarlyson - Tomara que não aconteça. Espero que este novo ciclo que se inicia possa ser tão vitorioso como o último, mas sem esses episódios homofóbicos. Não sou homossexual e fui julgado por uma minoria. Mesmo que eu fosse, nada mudaria no meu trabalho. O caráter está acima de qualquer coisa.

Você sofreu muito com preconceito por parte da torcida?

Não. Só naquele episódio do diretor do Palmeiras [José Cyrillo Júnior insinuou na TV que o jogador era gay] e nos primeiros meses em que a torcida não gritava meu nome. Depois, aprendi a lidar com essa situação.

Você já foi alvo de preconceito de outros jogadores?

Não. Até aconteceu o contrário. Os adversários vinham falar comigo antes e depois do jogo e diziam: "Você é mais forte do que isso tudo". Até mesmo os rivais me deram apoio.

E como você recebeu as insinuações de que forçou a expulsão contra o Fluminense porque irá jogar lá em 2011 [ele nega a transferência]?

Fiquei tranquilo, só a declaração do quarto árbitro me deixou triste. Não xinguei o Heber [Roberto Lopes, juiz da partida] de viado. Ele não poderia ter inventado aquilo.

Até por tudo que você passou, dá para dizer que jamais usaria tal termo para ofender?

Não usaria essa palavra, mesmo que a pessoa fosse. Também não usaria homossexual ou gay. Tenho que respeitar a pessoa. Em um momento quente, você extrapola e xinga. Mas não insultaria ou agrediria verbalmente.


2 comentários:

Estampado disse...

Adoro ele!

DPNN disse...

Também escrevi sobre ele, o cara provou que é mais macho do que toda a torcida junta!